Nova Economia

Um novo mundo, é chegado o tempo

By 24 de Fevereiro, 2020Outubro 27th, 2023No Comments

Hoje circulou nas minhas redes um movimento francês chamado Ecologia sem Transição, li o artigo rapidamente e algo me chamou a atenção que foi um link para uma matéria sobre Nicolas Hulot, ecologista e ex-ministro da Transição Ecológica e Solidária do governo Macron da França.

Hulot publica um convite, profundamente alinhado àquilo que chamo de Nova Economia e de assumirmos nossa liderança nessa direção. O convite é um manifesto de 100 princípios que aqui compartilho por sentir que ressoam tanto.

O texto é publicado no Le Monde, em 06/05/2020 e a tradução é de André Langer.

Eis os princípios.

1. Chegou a hora para juntos lançar as pedras fundamentais de um novo mundo.

2. Chegou a hora de transformar o medo em esperança.

3. Chegou a hora de uma nova maneira de pensar.

4. Chegou a hora da lucidez.

5. Chegou a hora de traçar um horizonte comum.

6 Chegou a hora de não sacrificar mais o futuro pelo presente.

7. Chegou a hora de resistir ao fatalismo.

8. Chegou a hora de não deixar mais o futuro decidir por nós.

9. Chegou a hora de parar de mentir.

10. Chegou a hora de revitalizar nossa humanidade.

11. Chegou a hora da resiliência.

12. Chegou a hora de cuidar e reparar o planeta.

13. Chegou a hora de tratar as raízes das crises.

14. Chegou a hora de apreender conjuntamente as crises ecológica, climática, social, econômica e de saúde como uma única e mesma crise: uma crise de excesso.

15. Chegou a hora de ouvir os jovens e aprender com os anciãos.

16. Chegou a hora de criar vínculos.

17. Chegou a hora de construir ajuda mútua.

18. Chegou a hora de aplaudir a vida.

19. Chegou a hora de honrar a beleza do mundo.

20. Chegou a hora de lembrar que a vida está por um fio.

21. Chegou a hora de reconciliar-se com a natureza.

22. Chegou a hora de respeitar a diversidade e a integridade de tudo o que é vivo.

23. Chegou a hora de deixar espaço para o mundo selvagem.

24. Chegou a hora de tratar os animais respeitando os seus próprios interesses.

25. Chegou a hora de reconhecer a humanidade plural.

26. Chegou a hora de ouvir os povos originários.

27. Chegou a hora de cultivar a diferença.

28. Chegou a hora de ativar nossa comunidade de destino com a família humana e todos os seres vivos.

29. Chegou a hora de reconhecer nossa vulnerabilidade.

30. Chegou a hora de aprender com nossos erros.

31. Chegou a hora de fazer um inventário de nossas fraquezas e de nossas virtudes.

32. Chegou a hora de nos adaptar aos limites planetários.

33. Chegou a hora de mudar de paradigma.

34. Chegou a hora de mudar um sistema caduco.

35. Chegou a hora de redefinir os fins e os meios.

36. Chegou a hora de restaurar o significado do progresso.

37. Chegou a hora da indulgência e da exigência.

38. Chegou a hora de nos libertarmos dos dogmas.

39. Chegou a hora da inteligência coletiva.

40. Chegou a hora de uma globalização que compartilhe, colabore e seja mais complacente com os mais fracos.

41. Chegou a hora de preferir o comércio justo ao livre mercado.

42. Chegou a hora de globalizar o que é virtuoso e de desglobalizar o que é nefasto.

43. Chegou a hora de definir, preservar e proteger os bens comuns.

44. Chegou a hora da solidariedade universal.

45. Chegou a hora da transparência e da responsabilidade.

46. Chegou a hora de uma economia que preserva e redistribui a todos.

47. Chegou a hora de acabar com a desregulamentação, a especulação e a evasão fiscal.

48. Chegou a hora de perdoar a dívida dos países pobres.

49. Chegou a hora de emancipar-se das políticas partidárias.

50. Chegou a hora de libertar-se das ideologias estéreis.

51. Chegou a hora das democracias inclusivas.

52. Chegou a hora de inspirar-se nos cidadãos.

53. Chegou a hora de aplicar o princípio da precaução.

54. Chegou a hora de gravar no direito os princípios de uma política ecológica, social e civilizacional.

55. Chegou a hora de desafiar o determinismo social.

56. Chegou a hora de combater as desigualdades de destino.

57. Chegou a hora da igualdade absoluta entre mulheres e homens.

58. Chegou a hora de estender a mão aos humildes e aos invisíveis.

59. Chegou a hora de expressar mais do que apenas gratidão àquelas e àqueles, geralmente estrangeiros, que em nossos países, ontem e hoje, realizam tarefas ingratas.

60. Chegou a hora de priorizar as profissões que tornam a vida possível.

61. Chegou a hora do trabalho realizador.

62. Chegou a hora do advento da economia social e solidária.

63. Chegou a hora de eximir os serviços públicos da lei do desempenho.

64 Chegou a hora de relocalizar setores inteiros da economia.

65. Chegou a hora da coerência, e de redirecionar as nossas atividades e investimentos para o útil e não para o prejudicial.

66. Chegou a hora de educar nossos filhos para o ser, para o civismo, para o viver juntos, e de ensiná-los a habitar a terra.

67. Chegou a hora de estabelecer limites para o que machuca e nenhum limite para o que cura.

68. Chegou a hora da sobriedade.

69. Chegou a hora de aprender a viver de maneira mais simples.

70. Chegou a hora de nos reapropriar da felicidade.

71. Chegou a hora de nos libertar dos nossos vícios consumistas.

72. Chegou a hora de desacelerar.

73. Chegou a hora de viajar para dentro de nós mesmos.

74. Chegou a hora de nos livrar dos nossos condicionamentos mentais individuais e coletivos.

75. Chegou a hora de fazer eclodir desejos simples.

76. Chegou a hora de distinguir o essencial do supérfluo.

77. Chegou a hora de arbitrar nossos possíveis.

78. Chegou a hora de renunciar àquilo que compromete o futuro.

79. Chegou a hora da criatividade e do impacto positivo.

80. Chegou a hora de vincular nosso “eu” ao “nós”.

81. Chegou a hora de acreditar no outro.

82. Chegou a hora de rever nossos preconceitos.

83. Chegou a hora do discernimento.

84 Chegou a hora de admitir a complexidade.

85 Chegou a hora de sincronizar ciência e consciência.

86. Chegou a hora da unidade.

87. Chegou a hora da humildade.

88. Chegou a hora da bondade.

89. Chegou a hora da empatia.

90. Chegou a hora da dignidade para todos.

91. Chegou a hora de declarar que o racismo é a pior forma de poluição mental.

92. Chegou a hora da modéstia e da ousadia.

93. Chegou a hora de preencher a lacuna entre nossas palavras e nossas ações e de agir em larga escala.

94. Chegou a hora em que cada um deve fazer sua parte e ser o artesão do mundo de amanhã.

95. Chegou a hora do engajamento.

96. Chegou a hora de acreditar que outro mundo é possível.

97. Chegou a hora do ímpeto desenfreado para abrir novos caminhos.

98. Chegou a hora de, com base nesses princípios, escolher, incentivar e acompanhar nossos dirigentes ou representantes.

99. Chegou a hora de todos darem vida a este manifesto.

100. Chegou a hora de criar um lobby das consciências.

Foto: www.letempsestvenu.org

Na foto:

“É chegado o tempo de se lembrar dos ensinamentos do Gandhi: a terra provê o suficiente para as necessidades de todos os homens mas não da sua ganância” — Vandana Shiva

“É chegado o tempo de aprender todas as lições de uma crise gigantesca que acomete o mundo humano” — Edgar Morin

“É chegado o tempo enfim de falar uma única língua: a da proteção da natureza” — Cacique Raoni Raoni Metuktire

Enfim, é chegada a hora de nos reunirmos, juntos para dar vida a esse manifesto, por uma economia que favoreça a vida.

Juntos. Vamos?